quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estresse: lutar ou fugir?

Olá Gente, recebi este artigo e gostaria de compartilhar com vocês. Um grande abraço!

01jun10

Depressão, Sistema imunológico
Estresse: lutar ou fugir?
Por: Jornal do Cidadão

O estresse é um dos principais temas de pesquisa e discussão na área da saúde. Quando se torna crônico, tem um efeito devastador no sistema imunológico – o que deixa nosso organismo vulnerável a todo tipo de enfermidade física e psíquica – incluindo a depressão.

O estresse é resultado da ativação fisiológica para o mecanismo de lutar ou fugir – que herdamos de nossos ancestrais e que permanece em nossa memória psicofísica. O que ocorre é a ativação das nossas propensões psíquicas mais primitivas – ligadas principalmente à raiva e ao medo, gerada pelo nosso instinto de preservação. Só que, diferentemente de nossos ancestrais, cuja sobrevivência dependia da prontidão para o ataque ou fuga, nós simplesmente acionamos um mecanismo fisiológico que não será usado. O que acontece é que nosso organismo recebe uma cascata hormonal que gera uma grande confusão de informação em nosso organismo. O alarme de perigo é disparado, mas de alguma forma desprezado (já que não há luta ou fuga) e o organismo não volta para o estado de relaxamento, permanece sob tensão – para o ataque ou fuga que nunca ocorre.

Quando nossa percepção está influenciada pela ameaça permanente, deixamos de acionar recursos “superiores” – emocionais e cognitivos – que seriam muito mais eficazes no momento. Raramente os desafios de hoje são da ordem do “lutar ou fugir”, literalmente. Mas nós seguimos funcionando a partir dessa motivação que está basicamente ligada ao temor. Quando acionamos um recurso que não será usado, deixamos de utilizar outros recursos que, de fato, nos auxiliariam na situação em que estamos.

É sabido que você não precisa estar em uma situação de ameaça para liberar os hormônios do estresse. Basta que você pense em qualquer situação, encarando-a a partir de uma perspectiva ameaçadora. Imagine que você esteja prestes a apresentar um projeto ou participar de uma importante reunião, na qual tenha que expor suas idéias. O simples pensamento sobre essas situações será suficiente para estressá-lo, se você as encara como ameaçadoras. Quando você finalmente estiver na situação, sua percepção estará bastante distorcida, afetando sua clareza mental e suas habilidades de empatia e comunicação.

Mesmo se considerarmos a situação mais extrema da nossa realidade atual, que é a violência urbana – ameaçadora em termos bem concretos – é muito provável que atacar ou fugir sejam as condutas menos indicadas. Até mesmo quando nossa integridade física está em jogo, a serenidade certamente é o recurso mais inteligente e que mais chance oferece de nos preservar.

Considere isto: toda situação de estresse é uma situação que está sendo encarada como uma ameaça concreta à sua integridade física. E é você quem a está interpretando dessa forma, na esmagadora maioria das vezes. Ou seja, toda situação de estresse é uma distorção de percepção.

Sandra Felicidade é psicóloga, consultora e psicoterapeuta de abordagem sistêmica. É autora do Relações em Jogo® e facilitadora credenciada do Jogo da Transformação® . Colaboradora do NEPED / UFSCar.
www.sandrafelicidade.com.br/ sandra.happiness@terra.com.br

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